sexta-feira, 27 de maio de 2011

Seleção Pública para advogada/o do CEAV/RJ



  O Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis, através do projeto CEAV/RJ (Centro de Atendimento a Vítimas de Violência), convoca interessados para processo de seleção para o cargo de ADVOGADO(A).


ATRIBUIÇÕES:
· Atender os usuários do Projeto CEAV-RJ;
· Realizar assessoria jurídica e acompanhamento dos casos;
· Participar em espaços coletivos de discussão, reflexão e ação;
· Intervenção e articulação junto às instituições jurídicas;
· Funcionar como assistente em processos, quando necessário;
· Supervisão interdisciplinar de estagiários;
· Elaborar e executar encontros de formação e educação popular em direitos humanos junto a comunidades, instituições parceiras e o próprio CDDH;
· Participar dos encontros de formação realizados pelos Projetos do CDDH.
 
CARGA HORÁRIA:
· 40hs semanais.
 
 PRÉ-REQUISITOS:
· Afinidade com a temática dos direitos humanos;
· Nível superior completo (Direito) com registro em órgão de classe;
· Facilidade para trabalhar em equipe multidisciplinar;
· Disponibilidade para realizar atividades em comunidades, inclusive fora do horário de expediente;
· Disponibilidade para atendimento de emergência a usuários em risco.
 
FORMA DE SELEÇÃO:
· Envio de currículos até o dia 01 de junho/2011 para o e-mail ceavcddh@gmail.com com o assunto “Seleção advogado CEAV/RJ” ou entrega do currículo na secretaria do CDDH de Petrópolis, localizado na Rua Monsenhor Bacelar, 400 – Centro – Petrópolis.
· Triagem de currículos;
· Entrevistas individuais.


CONTRATAÇÃO IMEDIATA
 
Mais informações:
(24) 2242-2462 (falar com equipe do CEAV/RJ) ou (24) 9981-5488 (coordenação CEAV/RJ).
 
Petrópolis, 17 de maio de 2011.


segunda-feira, 23 de maio de 2011

O combate à tortura ontem e hoje

Imagem da Casa Morte capturada quando da incursão de uma equipe do CDDH ao endereço que localiza o antigo aparelho de tortura.


Na última quinta-feira, 19.05, o CDDH de Petrópolis foi escolhido para assumir a Secretaria do Comitê de Prevenção e Combate à Tortura do Estado do Rio de Janeiro. O exercício deste posto significa um importante compromisso, posto que sistematiza uma série de informações e as coloca em um regime de circulação que tem por função dar visibilidade aos trabalhos do Comitê.

Ademais, ocupar este posto é deveras estratégico: à medida que o Comitê ganha lastro político, o CDDH tem também a oportunidade de visibilizar e potencializar a Campanha pela criação do Centro de Memória, Verdade e Justiça de Petrópolis, a qual tem por objetivo desapropriar a Casa da Morte, um dos piores porões da ditadura civil-militar, e torná-la um espaço de memória, de afirmação da vida e de combate à tortura de ontem e hoje.

Aqui o link para assinar a petição pública da Campanha pela criação do Centro de Memória, Verdade e Justiça de Petrópolis:



Notícias correlatas recém saídas da mídia petropolitana:



quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sobre a desativação da Rádio Santa Marta


Companheiros!
Como vocês já sabem, de acordo com as postagens anteriores, o equipamento da Rádio Comunitária Santa Marta foi apreendido. Ou seja, o Mc Fiell e outros colegas da rádio não poderão transmitir a mesma via ondas de rádio, apenas por internet. Ao menos por enquanto...
Isso é mais um exemplo de criminalização da pobreza e do quanto as UPPs chegaram para cercear os direitos e liberdade de expressão e de manifestação cultural nas comunidades. Não é a primeira vez que o Fiell é preso por motivos políticos - no ano passado, foi detido durante uma das festas que organizava em um bar. Mesmo que a festa estivesse ocorrendo dentro das leis, os policiais da UPP alegaram barulho fora de horário permitido, declarando (impondo) um suposto limite até as 2h da manhã - o que não constava oficialmente em nenhum documento. 15 policiais da UPP desceram as escadarias do Santa Marta agredindo-o. Na ocasião, foi dada voz de prisão para todos os amigos ou parentes que tentassem defender o Rapper.
É inadmissível que em plena dita "democracia" - ainda mais em tempos da tão aplaudida UPP - possa haver tanta perseguição política com alguém que simplesmente defende os interesses e direitos da comunidade e de seus moradores. Essa parece mais uma cena da ditadura, que por vezes - e com o grupo específicos dos pobres e favelados - nos revisita como se os tempos não tivessem avançado. Mais um motivo, por sinal, para lembrarmos da necessidade da abertura de nossos arquivos da ditadura. 
A Rádio Comunitária Santa Marta vem sendo um exemplo de espaço democrático, acessível, de caráter popular, político e apartidário, de garantia da diversidade cultural e religiosa da favela, respeitando estritamente o que uma rádio comunitária deve ser.
O fato é grave e estamos apoiando firmemente a reativação da Rádio o mais rápido possível!
Quanto mais mandarem calar, mais falaremos!

Segue, abaixo, um breve clipping da notícia, que repercutiu:

terça-feira, 3 de maio de 2011

No dia da imprensa livre...

Rádio Santa Marta é fechada e comunicadores populares são detidos

Rádio Santa MartaDa Rede Nacional de Joralistas Populares
Na manhã desta terça-feira (3/5), a rádio comunitária Santa Marta, localizada na comunidade de mesmo nome, em Botafogo, zona Sul do Rio, foi fechada em uma ação da Polícia Federal e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Os agentes lacraram todos os equipamentos e levaram o transmissor. Rapper Fiell (Emerson Claudio Nascimento) e Antonio Carlos Peixe, os diretores da emissora, foram levados pelos agentes para as dependências da Polícia Federal, na Praça Mauá, Rio. Parece ironia, mas a ação repressora que fechou a rádio comunitária do morro carioca ocorreu no Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, decretado pela ONU em 1993.
A rádio comunitária Santa Marta foi construída de forma coletiva por moradores de diversas comunidades. Por ser uma conquista dos trabalhadores, recebeu as doações de equipamentos para o seu funcionamento: computadores, móveis e cursos de capacitação para os locutores e colaboradores da rádio - todos moradores da favela Santa Marta. (Leia aqui). Os participantes da emissora estavam preparando toda a documentação para entrar com o pedido de autorização de funcionamento ao Ministério das Comunicações.
Rapper Fiell, um dos detidos na operação, é um atuante ativista do movimento social. Já lançou dois CDs e produziu um curta-metragem sobre o morro carioca: o 788. Este último foi ganhador de dois prêmios, um nacional e outro na Holanda. Faz rádio livre e comunicação popular há pouco mais de um ano. Ele é conhecido dos movimentos sociais por sua militância em defesa dos direitos dos trabalhadores e dos moradores de favelas. Em reconhecimento a seu trabalho, no dia 19 de abril ministrou aula para alunos do curso de Ciências Sociais da UFRJ, a convite do sociólogo Luiz Antonio Machado da Silva. Cultura da favela, hip hop e comunicação comunitária foram os temas da aula.
Essa não é a primeira vez que o militante é vítima da criminalização por parte do Estado. Em maio do ano passado, ele foi preso e espancado por policiais que invadiram o bar de seu sogro no morro Santa Marta e obrigaram os presentes a encerrar o tradicional pagode que ocorre no local. Na ocasião, Fiell pegou o microfone e começou a ler a lei do silêncio. Ao invés de pedirem para abaixar o som, os policiais saíram desligando tudo. “Depois disso, me deram voz de prisão, me arrastaram de cima do palco e começaram a me espancar”, contou na época.
Foi para evitar esse e outros abusos de poder dos agentes das chamadas Unidades de Polícia “Pacificadora” (UPPs) que Fiell elaborou uma cartilha sobre abordagem policial. À época, o rapper e outros moradores já denunciavam a truculência da polícia no trato cotidiano com os moradores. Entidades de defesa dos direitos humanos e organizações populares se manifestam nesse momento contra a ação repressora da Polícia Federal e da Anatel, que vem se repetindo pelo Brasil inteiro e agora chega até o morro carioca, calando o espaço que ajudaram a construir para erguer sua voz.
Para conhecer a história da rádio Santa Martahttp://migre.me/4qzQb