quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sobre a desativação da Rádio Santa Marta


Companheiros!
Como vocês já sabem, de acordo com as postagens anteriores, o equipamento da Rádio Comunitária Santa Marta foi apreendido. Ou seja, o Mc Fiell e outros colegas da rádio não poderão transmitir a mesma via ondas de rádio, apenas por internet. Ao menos por enquanto...
Isso é mais um exemplo de criminalização da pobreza e do quanto as UPPs chegaram para cercear os direitos e liberdade de expressão e de manifestação cultural nas comunidades. Não é a primeira vez que o Fiell é preso por motivos políticos - no ano passado, foi detido durante uma das festas que organizava em um bar. Mesmo que a festa estivesse ocorrendo dentro das leis, os policiais da UPP alegaram barulho fora de horário permitido, declarando (impondo) um suposto limite até as 2h da manhã - o que não constava oficialmente em nenhum documento. 15 policiais da UPP desceram as escadarias do Santa Marta agredindo-o. Na ocasião, foi dada voz de prisão para todos os amigos ou parentes que tentassem defender o Rapper.
É inadmissível que em plena dita "democracia" - ainda mais em tempos da tão aplaudida UPP - possa haver tanta perseguição política com alguém que simplesmente defende os interesses e direitos da comunidade e de seus moradores. Essa parece mais uma cena da ditadura, que por vezes - e com o grupo específicos dos pobres e favelados - nos revisita como se os tempos não tivessem avançado. Mais um motivo, por sinal, para lembrarmos da necessidade da abertura de nossos arquivos da ditadura. 
A Rádio Comunitária Santa Marta vem sendo um exemplo de espaço democrático, acessível, de caráter popular, político e apartidário, de garantia da diversidade cultural e religiosa da favela, respeitando estritamente o que uma rádio comunitária deve ser.
O fato é grave e estamos apoiando firmemente a reativação da Rádio o mais rápido possível!
Quanto mais mandarem calar, mais falaremos!

Segue, abaixo, um breve clipping da notícia, que repercutiu:

Um comentário:

  1. É um misto de raiva e de tristeza que me atinge quando tomo conhecimento de uma notícia como esta. Muito mais do que uma questão jurídico-legal, as rádios livres incomodam porque podem levar não apenas informações e novidades através das ondas, mas porque também podem levar alegria para a vida de quem ouve. E nós sabemos o quanto o poder teme a alegria, o quanto é de seu interesse que as pessoas sintam tristeza e medo.

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